terça-feira, 20 de outubro de 2009

Telecentros se revelam essenciais em uma cidade





Na capital gaúcha o telecentro do Tudo Fácil, localizado na Avenida Borges de Medeiros, fica aos cuidados da estagiária Thaylyne Costa de Almeida. O coordenador, Theobaldo, e a supervisora, Suzana, ficam na sede da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (PROCERGS), a qual é responsável pela Via Pública.


Cartaz na entrada do telecentro.

A Via Pública é o nome dado ao telecentro, que recebe em torno de cem pessoas diariamente e delimita quinze minutos de uso para cada uma delas, podendo voltar em horários diferentes. “Se não tiver espera, deixamos as pessoas ficarem mais de quinze minutos”, diz Thaylyne.


Thaylyne durante o expediente.

O ambiente público recebe frequentadores de baixa renda, em sua maioria trabalhadores que buscam o serviço para visualizar e-mails, utilizar o MSN e também ver assuntos profissionais. Cada um tem direito a imprimir três folhas por dia, desde que sejam documentos pré-aprovados pela Via Pública, como boletos bancários, boletins de ocorrência, currículos no formato do PROCERGS, dentre outros.

Movimento na tarde de terça-feira.

Thaylyne afirma que 50% dos usuários não possuem computador em casa, e o restante procura o telecentro para emergências ou porque não possuem impressora. “Nossa localização facilita e o acesso é gratuito diferente de outros telecentros”, diz ao explicar que mesmo que tenham o uso da internet em casa, muitos trabalhadores ou transeuntes do centro vão ao Tudo Fácil para checar e-mails ou documentos importantes durante o dia.

Denise, 34 anos e operadora de telemarketing, diz ir até o telecentro todos os dias. Ela possui computador em casa, mas não tem acesso à internet em seu trabalho e então vai à Via Pública ver seus e-mails, se comunicar com seus contatos do MSN e até mesmo para trabalhar. Ao perguntar por que escolhe sempre o mesmo telecentro, ela diz: “tem bom acesso, boa velocidade e bom ambiente.”

A falta que um telecentro faz

Em Canoas, no distrito industrial “João de Barro” foi desenvolvido pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) o projeto Inclusão Digital – Telecentros, em parceria com o Governo Federal. O telecentro ofereceu por um ano aulas de informática e acesso gratuito à internet para a comunidade carente do bairro. As aulas eram ministradas por alunos da Ulbra, em uma sede emprestada pela “Acadêmicos de Niterói”, a escola de samba do bairro.

O bairro Joao de Barro.

O telecentro foi fechado, em novembro de 2008, e os moradores não receberam explicações sobre o fim do projeto. Segundo Itamara Oliveira, moradora do bairro, o fechamento ocorreu devido aos constantes assaltos à sede do projeto, pois não havia segurança necessária no local. A estudante Camila Motta Ramos, realizou seu único curso de informática através do projeto e lamenta que no bairro não existam outros projetos de inclusão digital e de acesso gratuito à internet. “Agora dependemos só da lan house” – completa a estudante. O projeto tinha como foco os moradores carentes da região, que recebiam uniforme, material didático, e no final do curso, uma festa de formatura na Ulbra. O telecentro do “João de Barro” foi o único do projeto e, para desgosto dos moradores, teve suas portas fechadas.

Casa que abrigava o telecentro.

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