quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Recreacionistas estão despreparados para receber crianças hiperativas



A maioria das pessoas não sabe diferenciar a criança que é simplesmente agitada daquela que carrega o problema da hiperatividade. Enquanto nas escolas e centros educacionais os coordenadores e professores têm treinamento para tanto, locais em que os pais deixam as crianças para brincar e passar o tempo, como playgrounds, praças e recreações não possuem pessoas especializadas ou com algum tipo de conhecimento na área.


Os ambientes de lazer sao locais em que as crianças passam pouco tempo e vão esporadicamente, os próprios pais não têm tanta preocupação em verificar se os profissionais que trabalham ali sabem lidar com o problema de seus filhos. As pessoas que trabalham nesse tipo de lugar são, na maior parte, jovens e em alguns casos nem mesmo sabem o que é “hiperatividade”.


O Cantinho dos Brinquedos é um espaço onde os pais deixam os filhos enquanto fazem compras no Canoas Shopping. Uma das recreacionistas, Grazielli Dias da Silva, afirma que não sabe identificar uma criança hiperativa, e todas acabam enquadradas na categoria de crianças agitadas. “Nunca recebemos preparo para lidar com crianças hiperativas, seria mais uma criança agitada”, diz Grazielli. A falta de preparo e conhecimento com o assunto leva a medidas pouco eficazes para entreter as crianças. Conforme outra recreacionista do local, Mariana Fonseca Lopes, “quando as crianças estão chorando ou aprontando demais, não temos muitas alternativas para acalmá-las. Damos brinquedinhos, quebra-cabeças para montarem e às vezes, quando temos poucas crianças para cuidar, lemos uma historinha para eles.”


As mães observando as crianças brincarem.


O espaço do Cantinho dos Brinquedos.


O curioso é que ambas as recreacionistas são estudantes do magistério, portanto irão lidar com crianças de uma forma mais séria e comprometedora. Mesmo assim seus conhecimentos em relação a essa doença, que afeta grande parte dos estudantes, são mínimos.


No Barra Shopping Sul, o Clube da Criança é um espaço também voltado às crianças, enquanto os pais fazem compras ou mesmo para passar o tempo junto aos seus filhos. A idade dos frequentadores é de um a dez anos, sendo que os pimpolhos até três anos devem estar acompanhados de um adulto, podendo ser membros da família ou a babá. A equipe que conta com cinco recreacionistas no local, além da recepcionista, não recebe treinamento para lidar com crianças em casos especiais. O recreacionista André Lima, de 26 anos, diz que “casos especiais é esperado que os pais acompanhem e deixem claro a dificuldade da criança”.


Entrada do Clube da Criança no Barra Shopping Sul.


Antes de qualquer coisa, o adulto responsável deve preencher uma ficha junto à recepcionista, a qual inclui perguntas como se a criança tem alguma alergia ou doença. “Nessa hora cabe a quem estiver junto à criança querer revelar o que ela tem ou não”, diz a recepcionista Aline Franco.


Normalmente são várias crianças sendo cuidadas por uma mesma pessoa, por isso o pedido de crianças até três anos estarem acompanhadas. Mesmo assim a equipe diz reparar quando uma criança é mais agitada que o normal, colocando um recreacionista a disposição, para evitar que ocorram machucados ou outros danos. “Na hora da brincadeira, acredito que ter hiperatividade é a mesma coisa que a criança ser agitada, então basta cuidarmos disso”, afirma André.

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