terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Programa de Transtornos de Atenção é desenvolvido no HCPA

Texto colaborativo escrito por Suzana Pereira.


No Hospital de Caridade de Porto Alegre (HCPA) é desenvolvido o Programa de Transtornos de Atenção - Hiperatividade (ProDAH) que reúne médicos interessados em aprimorar os estudos sobre o Transtorno de Déficit de Atenção – Hiperativos (TDAH), em crianças e adolescentes.


Fachada do HCPA, onde é realizado o programa.(foto divulgação)


A pesquisa dos profissionais da área, sobre o assunto trás grandes avanços no tratamento e atendimento aos hiperativos. A infraestrutura disponibilizada para médicos e pacientes conta com recursos para avaliações do nível do transtorno, e qual o melhor procedimento para desenvolver um tratamento com sucesso.

Os avanços nas pesquisas adquiridos através de estudos, pesquisas e congressos são divulgados para a sociedade em geral. Com a divulgação do projeto, o paciente e sua família têm no centro um local deferenciado, com orientaçoes realmente qualificadas para o tratamento, desde remédios, apoio às atividades escolares e psicológicas.

A equipe que trabalha no programa é formada por: psiquiatras, psicólogos, neuropsicólogos, psicopedagogos, nutricionistas, geneticistas e assistentes que organizam ciclos quinzenais de palestras, abertas ao público, realizadas na sala 160, do HCPA. Os temas referentes ao TDAH são colocados a comunidade, dando exemplos de diagnósticos, causas, atitudes que denunciam a hiperatividade e os tratamentos existentes.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ideias de férias para famílias com crianças hiperativas




Falta pouco mais de um mês para as férias escolares, e muitos pais já se programaram para os quase três meses que terão seus pimpolhos e adolescentes em casa. Mas algumas famílias não tiveram tempo, ou ainda esperam mais perto para programar suas viagens, o que não é problema para as agências de turismo brasileiras. Mesmo que a sugestão para garantir lugar e preços acessíveis seja organizar, pelo menos, quatro meses antes o recesso da família, as opções continuam amplas a poucos dias de embarcar. Até mesmo datas como Natal e Ano Novo podem ser saboreadas em locais surpreendentes, com o curto tempo de antecedência.

A equipe da agência gaúcha Tia Iara, especializada em turismo para crianças e adolescentes, acredita que o grande segredo para as famílias com filhos hiperativos ou agitados é se deliciar em um dos resorts brasileiros ou no exterior. “Nos resorts all-inclusive (sistema em que todas as refeições e bebidas estão inclusas no pacote), enquanto os pais tomam champagne à vontade, os filhos têm sempre seu copo para abastecer de refrigerante e suco”, diz a proprietária Iara Mendonça, citando apenas uma das diversas facilidades desse tipo de hotel.


A proprietária e diretora da agência, Iara. (arquivo pessoal)

Os resorts são complexos com diversas atividades para todas as idades. A diversão é garantida ao agendar uma viagem para um desses pontos turísticos, no Brasil e mundo afora. “Tem um resort maravilhoso em Punta Cana (Caribe), que é sucesso entre os meus clientes”, recomenda a dona da agência.

Família aproveitando as férias no resort Punta Cana. (divulgação)

O parque temático Disney World, abrigado em Orlando, nos Estados Unidos é a grande dica para pais que pretendem embarcar em uma aventura junto aos filhos. Afinal, lá todos viram criança e os pais ou outros adultos não podem ficar fora. A diferença entre essa viagem e os resorts é que no primeiro há maior locomoção e os pais precisam estar constantemente atentos, o que torna a viagem mais cansativa. Enquanto no resort todos descansam, já que (exceto os passeios externos) as crianças permanecem dentro do complexo e podem ser cuidadas por recreacionistas.

Crianças brincam com liberdade nos parques da Disney. (divulgação)

“Qualquer um deles é válido”, afirma Iara. Na verdade, depende de como a família pretende desfrutar seus dias de folga. Os valores são relativamente próximos, e com a baixa do dólar é ainda mais similar as tarifas de uma semana em um resort com sistema all-inclusive e quinze dias em Orlando.

A certeza é que nos dois destinos, crianças agitadas terão espaço suficiente para gastar suas energias e os pais também vão aproveitar. O passeio pode ser interessante, inclusive, para famílias que têm filhos em idades afastadas um do outro. Crianças, adolescentes e adultos poderão, juntos, viver momentos inesquecíves.


Basta ir a uma das tantas agências de turismo; organizar a documentação; fazer as malas; e embarcar para o mundo que decidir fazer seu e da sua família por alguns dias. As férias já começam no planejamento! Aproveite e faça uma boa viagem.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Recreacionistas estão despreparados para receber crianças hiperativas



A maioria das pessoas não sabe diferenciar a criança que é simplesmente agitada daquela que carrega o problema da hiperatividade. Enquanto nas escolas e centros educacionais os coordenadores e professores têm treinamento para tanto, locais em que os pais deixam as crianças para brincar e passar o tempo, como playgrounds, praças e recreações não possuem pessoas especializadas ou com algum tipo de conhecimento na área.


Os ambientes de lazer sao locais em que as crianças passam pouco tempo e vão esporadicamente, os próprios pais não têm tanta preocupação em verificar se os profissionais que trabalham ali sabem lidar com o problema de seus filhos. As pessoas que trabalham nesse tipo de lugar são, na maior parte, jovens e em alguns casos nem mesmo sabem o que é “hiperatividade”.


O Cantinho dos Brinquedos é um espaço onde os pais deixam os filhos enquanto fazem compras no Canoas Shopping. Uma das recreacionistas, Grazielli Dias da Silva, afirma que não sabe identificar uma criança hiperativa, e todas acabam enquadradas na categoria de crianças agitadas. “Nunca recebemos preparo para lidar com crianças hiperativas, seria mais uma criança agitada”, diz Grazielli. A falta de preparo e conhecimento com o assunto leva a medidas pouco eficazes para entreter as crianças. Conforme outra recreacionista do local, Mariana Fonseca Lopes, “quando as crianças estão chorando ou aprontando demais, não temos muitas alternativas para acalmá-las. Damos brinquedinhos, quebra-cabeças para montarem e às vezes, quando temos poucas crianças para cuidar, lemos uma historinha para eles.”


As mães observando as crianças brincarem.


O espaço do Cantinho dos Brinquedos.


O curioso é que ambas as recreacionistas são estudantes do magistério, portanto irão lidar com crianças de uma forma mais séria e comprometedora. Mesmo assim seus conhecimentos em relação a essa doença, que afeta grande parte dos estudantes, são mínimos.


No Barra Shopping Sul, o Clube da Criança é um espaço também voltado às crianças, enquanto os pais fazem compras ou mesmo para passar o tempo junto aos seus filhos. A idade dos frequentadores é de um a dez anos, sendo que os pimpolhos até três anos devem estar acompanhados de um adulto, podendo ser membros da família ou a babá. A equipe que conta com cinco recreacionistas no local, além da recepcionista, não recebe treinamento para lidar com crianças em casos especiais. O recreacionista André Lima, de 26 anos, diz que “casos especiais é esperado que os pais acompanhem e deixem claro a dificuldade da criança”.


Entrada do Clube da Criança no Barra Shopping Sul.


Antes de qualquer coisa, o adulto responsável deve preencher uma ficha junto à recepcionista, a qual inclui perguntas como se a criança tem alguma alergia ou doença. “Nessa hora cabe a quem estiver junto à criança querer revelar o que ela tem ou não”, diz a recepcionista Aline Franco.


Normalmente são várias crianças sendo cuidadas por uma mesma pessoa, por isso o pedido de crianças até três anos estarem acompanhadas. Mesmo assim a equipe diz reparar quando uma criança é mais agitada que o normal, colocando um recreacionista a disposição, para evitar que ocorram machucados ou outros danos. “Na hora da brincadeira, acredito que ter hiperatividade é a mesma coisa que a criança ser agitada, então basta cuidarmos disso”, afirma André.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Telecentros se revelam essenciais em uma cidade





Na capital gaúcha o telecentro do Tudo Fácil, localizado na Avenida Borges de Medeiros, fica aos cuidados da estagiária Thaylyne Costa de Almeida. O coordenador, Theobaldo, e a supervisora, Suzana, ficam na sede da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (PROCERGS), a qual é responsável pela Via Pública.


Cartaz na entrada do telecentro.

A Via Pública é o nome dado ao telecentro, que recebe em torno de cem pessoas diariamente e delimita quinze minutos de uso para cada uma delas, podendo voltar em horários diferentes. “Se não tiver espera, deixamos as pessoas ficarem mais de quinze minutos”, diz Thaylyne.


Thaylyne durante o expediente.

O ambiente público recebe frequentadores de baixa renda, em sua maioria trabalhadores que buscam o serviço para visualizar e-mails, utilizar o MSN e também ver assuntos profissionais. Cada um tem direito a imprimir três folhas por dia, desde que sejam documentos pré-aprovados pela Via Pública, como boletos bancários, boletins de ocorrência, currículos no formato do PROCERGS, dentre outros.

Movimento na tarde de terça-feira.

Thaylyne afirma que 50% dos usuários não possuem computador em casa, e o restante procura o telecentro para emergências ou porque não possuem impressora. “Nossa localização facilita e o acesso é gratuito diferente de outros telecentros”, diz ao explicar que mesmo que tenham o uso da internet em casa, muitos trabalhadores ou transeuntes do centro vão ao Tudo Fácil para checar e-mails ou documentos importantes durante o dia.

Denise, 34 anos e operadora de telemarketing, diz ir até o telecentro todos os dias. Ela possui computador em casa, mas não tem acesso à internet em seu trabalho e então vai à Via Pública ver seus e-mails, se comunicar com seus contatos do MSN e até mesmo para trabalhar. Ao perguntar por que escolhe sempre o mesmo telecentro, ela diz: “tem bom acesso, boa velocidade e bom ambiente.”

A falta que um telecentro faz

Em Canoas, no distrito industrial “João de Barro” foi desenvolvido pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) o projeto Inclusão Digital – Telecentros, em parceria com o Governo Federal. O telecentro ofereceu por um ano aulas de informática e acesso gratuito à internet para a comunidade carente do bairro. As aulas eram ministradas por alunos da Ulbra, em uma sede emprestada pela “Acadêmicos de Niterói”, a escola de samba do bairro.

O bairro Joao de Barro.

O telecentro foi fechado, em novembro de 2008, e os moradores não receberam explicações sobre o fim do projeto. Segundo Itamara Oliveira, moradora do bairro, o fechamento ocorreu devido aos constantes assaltos à sede do projeto, pois não havia segurança necessária no local. A estudante Camila Motta Ramos, realizou seu único curso de informática através do projeto e lamenta que no bairro não existam outros projetos de inclusão digital e de acesso gratuito à internet. “Agora dependemos só da lan house” – completa a estudante. O projeto tinha como foco os moradores carentes da região, que recebiam uniforme, material didático, e no final do curso, uma festa de formatura na Ulbra. O telecentro do “João de Barro” foi o único do projeto e, para desgosto dos moradores, teve suas portas fechadas.

Casa que abrigava o telecentro.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Especialistas explicam como lidar com o TDAH




A hiperatividade


Hiperatividade é, cientificamente, chamada de TDAH que significa Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. “Os sintomas são inquietude demasiada, excesso de agitação, distração frequente e por qualquer motivo, dificuldade em manter a concentração, trabalhos incompletos, fala incessante, não conseguir esperar, entre outros”, diz a psiquiatra Cibele Milagre. Este é um comportamento que afeta, principalmente, crianças e adolescentes, mas existem casos em adultos também.

As crianças apresentam diferentes sintomas da hiperatividade, alguns mais brandos e outros mais graves. Cibele afirma que é fácil confundi-las com crianças que são, simplesmente, agitadas e, que existe muitas em tratamento sem necessidade. Os pais na ânsia de descobrir porque seus filhos são diferentes dos outros, acabam pecando pelo excesso. Há uma vasta diferença entre crianças agitadas, hiperativas e crianças com energia de sobra.

A hiperatividade pode ser confundida com diversos fatores e até mesmo com outras doenças. A depressão infantil, ansiedade, transtorno bipolar, deficiência auditiva, dislexia e até mesmo a inquietação típica da idade e problemas familiares apresentam sintomas similares. Outro fator é que a hiperatividade pode estar presente, porém causada por alguma outra doença, como o autismo e por isso tem que ter cuidado maior ainda na hora do tratamento.

Muitas pessoas, incluindo professores e pais, ao diagnosticar alguns sintomas acreditam que a criança é indisciplinada e mal educada, não levando em consideração a doença. A criança acaba sofrendo represálias, sem conseguir controlar seus atos. O importante é, ao perceber sinais que vão além do normal de uma criança ativa e saudável, consultar um especialista e só então tomar as atitudes necessárias.

Durante a primeira ou segunda consulta médica, a criança pode se apresentar de forma quieta e calma, dificultando o diagnóstico. Por isso é muito importante que os pais saibam explicar os sintomas exatos que seus filhos possuam, assim como levar relatos dos professores e outras pessoas que tenham convívio diário com seu filho.


A escola


A psiquiatra Cibele, especializada em psicologia infantil e acostumada a tratar casos como esses, diz que não há necessidade dessas crianças frequentarem escolas especiais, já que elas possuem inteligência normal ou acima da média. Além disso, ela explica que as escolas estão cada vez mais preparadas para receber alunos com esse déficit, já que é uma doença que afeta crianças em grande quantidade. “As escolas, hoje em dia, tem até mesmo uma gaveta com o remédio para caso a mãe esqueça de mandar o do seu filho. Sabem do horário certo e a dosagem a ser dada”, afirma a psiquiatra.

Por outro lado, a psicóloga Heloísa Kaeffer, também dedicada aos pequenos, diz ser importante buscar uma escola que tenha conhecimento para lidar com o problema, com uma equipe preparada. Para isso, os pais devem buscar orientação com o psicólogo ou psiquiatra que atenda seu filho e também se informar dentro das próprias escolas.

As escolas precisam ter professores, coordenadores e psicólogos preparados para lidar com a falta de atenção, impulsividade e instabilidade emocional das crianças. A linguagem, coordenação motora e memória podem ser causas também da hiperatividade e precisa ser entendido que a criança não tem controle sobre essas atitudes. Essas crianças não aceitam frustrações com facilidade, muitas vezes não respeitam professores, pais e colegas, para isso o remédio se faz primordial, já que a criança não consegue ter o controle dos seus impulsos.

A psiquiatra Cibele e a psicóloga Heloísa dão ênfase para a importância de ter uma rotina estável em casa, para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários. Horários específicos para comer, dormir, fazer dever de casa e brincar facilitam a ordem na cabeça da criança. Aplicar pequenas tarefas simples e rápidas, que possam ser concluídas, é essencial para a criança se sentir capaz e os pais devem agradecer e elogiar após estarem feitas.

A escola de educação infantil, Creare, recebe crianças de um a seis anos de idade. O lema deles é que brincar é coisa séria, então “ao invés de deixar as crianças fazer o que querem e brincar como bem entenderem, nós estipulamos brincadeiras e rotinas diárias”, diz a professora Lidiane Araújo. Os alunos participam de aulas especializadas, como de música, artes plásticas e psicomotricidade relacional, em que a criança pode descarregar suas energias assumindo novos personagens a cada semana, em uma espécie de teatro.

A mãe de um aluno, portador do TDHA, diz que a escola ajudou seu filho na busca de um tratamento adequado. “Ele sempre foi agitado. Quando começou a estudar, a inquietude e falta de atenção ficaram cada vez mais evidentes. Com a ajuda da Creare procuramos a ajuda dum profissional. Foi difícil, mas hoje é claro o quanto ele está melhor.”


Sala para psicomotricidade relacional.


Pátio da escola.


Diferentes escolas, diferentes métodos. A escola e creche Pólo Infantil, que aceita matrículas de crianças com até seis anos de idade, tem uma proposta pedagógica diferenciada “propondo a criatividade e descoberta das crianças”, conforme a professora Idê Magalhães. Assim sendo, as brincadeiras são mais livres e de acordo com o desejo da criança. Existe a rotina de tarefas para crianças a partir de três anos, mas o intuito da escola é desenvolver as vontades próprias das crianças, incentivando, porém, o respeito mútuo entre elas.


Fachada da escola Polo Infantil, antes de receber os alunos.






Bem-vindos ao HIPER LEGAL

O blog Hiper Legal foi criado na matéria de Jornalismo Digital, da FAMECOS por Bruna Griebeler e Camila Pereira.

Esse blog tem como missão trazer matérias, notícias, novidades e informações para mães gaúchas que buscam locais seguros, agradáveis e amplos para crianças que tem energia suficiente para gastar.

Em volta disso será abordado, também, outros assuntos como a moda infantil, escolas que atendem às exigências específicas e muito mais.


HIPER LEGAL! Um lugar LEGAL para crianças HIPER!